Pode parecer inusitado, mas é a mais pura realidade
Se você pensa que a relação entre o esporte e o universo
feminino é recente, se engana. A primeira torcida era feminina. E pra você entender,
vou contar uma história, real!
No começo do futebol, ir ao estádio era apenas para os mais
refinados. As mulheres se vestiam elegantíssimas. Muito bem enfeitadas e com
muitos assessórios. Além das jóias não podiam faltar os chapéus e as luvas.
Mesmo o Rio de Janeiro registrando seus 40 graus, em pleno
verão, toda a “beca” era extremamente necessária. O programa, assistir ao
futebol, era uma oportunidade de “footing” também. Pra quem não sabe o tal do “footing”
era a paquera daquela época.
Pois bem! As moças iam assistir os maridos, noivos ou
pretendentes, praticar esporte. No caso, o futebol! E como o esporte é
emocionante e quem estava correndo, sofrendo faltas e fazendo gols eram os
donos dos corações delas a emoção se tornava algo muito maior. A emoção aliada
ao forte calor as fazia retirar as luvas, a transpiração era inevitável.
“O Coelho Neto, que além de poeta e cronista era pai de dois
jogadores do Fluminense: o Preguinho, que foi o primeiro homem a fazer um gol
pela seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e do Mano, que morreu em
conseqüência de um jogo de futebol, levou uma bolada e acabou morrendo; pois o
Coelho Neto escreveu uma crônica em que ele usava a expressão “as torcedoras”,
referindo-se às mulheres e dali a expressão pegou e nasceu a torcida. Havia
quem dissesse que torcida vinha do fato de as pessoas torcerem os fatos, de o
torcedor torcer os fatos a favor de seu clube, mas não foi daí que o termo veio
não. Apesar de que quem torce, realmente torce as coisas e até distorce. Mas,
na verdade, não foi por isso, foi mesmo pelo gesto das moças, principalmente,
das que torciam as luvas entre as mãos.” (Jornalista Luiz Mendes)
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