domingo, 5 de agosto de 2012

Você sabe qual a origem da palavra “torcedor”?!


Pode parecer inusitado, mas é a mais pura realidade

Se você pensa que a relação entre o esporte e o universo feminino é recente, se engana. A primeira torcida era feminina. E pra você entender, vou contar uma história, real!
No começo do futebol, ir ao estádio era apenas para os mais refinados. As mulheres se vestiam elegantíssimas. Muito bem enfeitadas e com muitos assessórios. Além das jóias não podiam faltar os chapéus e as luvas.
Mesmo o Rio de Janeiro registrando seus 40 graus, em pleno verão, toda a “beca” era extremamente necessária. O programa, assistir ao futebol, era uma oportunidade de “footing” também. Pra quem não sabe o tal do “footing” era a paquera daquela época.
Pois bem! As moças iam assistir os maridos, noivos ou pretendentes, praticar esporte. No caso, o futebol! E como o esporte é emocionante e quem estava correndo, sofrendo faltas e fazendo gols eram os donos dos corações delas a emoção se tornava algo muito maior. A emoção aliada ao forte calor as fazia retirar as luvas, a transpiração era inevitável.

“O Coelho Neto, que além de poeta e cronista era pai de dois jogadores do Fluminense: o Preguinho, que foi o primeiro homem a fazer um gol pela seleção brasileira em uma Copa do Mundo, e do Mano, que morreu em conseqüência de um jogo de futebol, levou uma bolada e acabou morrendo; pois o Coelho Neto escreveu uma crônica em que ele usava a expressão “as torcedoras”, referindo-se às mulheres e dali a expressão pegou e nasceu a torcida. Havia quem dissesse que torcida vinha do fato de as pessoas torcerem os fatos, de o torcedor torcer os fatos a favor de seu clube, mas não foi daí que o termo veio não. Apesar de que quem torce, realmente torce as coisas e até distorce. Mas, na verdade, não foi por isso, foi mesmo pelo gesto das moças, principalmente, das que torciam as luvas entre as mãos.” (Jornalista Luiz Mendes)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Em posição de impedimento: as mulheres no país do futebol





Por Fábio Franzini
10/08/2006

Conta-se que, certa vez perguntado sobre o que achava do futebol feminino, o comentarista esportivo e ex-técnico João Saldanha teria dito: “Sou contra. Imagina, o cara tem um filho, aí o filho arranja uma namorada, apresenta a namorada ao sogro e o sogro pergunta a ela: ‘O que você faz, minha filha?’ E a mocinha responde: ‘Sou zagueiro do Bangu’. Quer dizer, não pega bem, não é?”.

A tirada jocosa, bem ao estilo de Saldanha, tem sua lógica. Desde sua origem, o universo do futebol caracteriza-se por ser um espaço eminentemente masculino. Como tal espaço não é apenas esportivo, mas também sociocultural, os valores nele embutidos e dele derivados estabelecem limites que, embora nem sempre tão claros, devem ser observados para a perfeita manutenção da ordem atribuída ao jogo. No caso da sociedade brasileira, sabemos bem que “futebol é coisa para macho”. Não surpreende, portanto, que as mulheres não sejam reconhecidas como mais um sujeito da história do país do futebol, apesar de se fazerem presentes nos campos desde os primeiros anos desse esporte entre nós.

Já no início do século XX, quando o futebol tinha um verniz aristocrático e era praticado em inglês em seletos clubs, participar do jogo era um programa de finas famílias. Os moços empenhavam-se no gramado, as moças inquietavam-se nas arquibancadas, os pais divertiam-se despreocupadamente, tudo em perfeito acordo com a etiqueta social da belle-époque. Enquanto isso, em outras paragens menos nobres, a bola também começava a rolar e a atrair a atenção de muita gente, de ambos os sexos. Afinal, nas várzeas, nos terrenos baldios, nos aterros, as acomodações podiam ser precárias, mas as emoções não deixavam a desejar.

Quando a rápida popularização do futebol promoveu o encontro entre esses dois mundos distintos, por volta da década de 1920, o perfil de seus freqüentadores sofreu uma grande mudança. De um lado, os jogadores passaram a entrar em campo graças ao talento e não ao sobrenome; de outro, o público agora vinha muito mais dos galpões das fábricas que dos salões de chá ou de baile. Nem por isso, contudo, as mulheres deixaram de acompanhar o futebol. Tanto que até na ficção da época as torcedoras já aparecem com destaque, como mostram as esfuziantes Miquelina e Iolanda, personagens centrais do conto “Corinthians (2) x Palestra (1)”, de Antonio de Alcântara Machado.

Anos depois, as mulheres procuraram ir além das arquibancadas e também calçar chuteiras: no início dos anos 1940, existiam cerca de dez equipes de futebol feminino em atividade no Rio de Janeiro. E que não se pense em Flamengo, Fluminense, Botafogo ou Vasco da Gama, pois, constituídos nos subúrbios cariocas, o Eva F. C., o E. C. Brasileiro, o Cassino Realengo ou o Benfica F. C. estavam muito longe, em todos os sentidos, dos tradicionais clubes da cidade. As diferenças estruturais entre eles eram tão grandes que, para formar seu quadro de jogadoras, o Primavera F. C. publicou nos jornais o seguinte anúncio: “Moças de 15 a 25 anos, que queiram ingressar no football, com consentimento dos seus maiores, queiram apresentar-se à rua Silva Gomes, 131, em Cascadura, das 17 em diante”.

A novidade representada pela aparição dessas equipes despertou amores e ódios no eixo Rio – São Paulo. Os amores, no entanto, duraram pouco, enquanto os ódios foram viscerais. O machismo e o moralismo falaram mais alto, e as jovens futebolistas foram duramente criticadas pelas páginas da imprensa. Aos olhos do período, tratava-se de uma grave subversão de papéis sociais, uma vez que, além de deixar o âmbito doméstico para invadir o espaço dos homens, elas estariam ainda abandonando suas “funções naturais”, voltadas à maternidade. Não por acaso, o foco dos debates centrava-se no uso que as mulheres faziam de seu próprio corpo: “delicado” e “frágil”, ele não seria em nada compatível com a prática de um esporte tão viril e bruto, que comprometeria seriamente seus órgãos reprodutores.

No contexto da ditadura Vargas, a polêmica gerada por tamanho desvio de conduta também não deixaria de mobilizar o Estado, então empenhado, entre outras coisas, justamente em regulamentar o esporte. Em maio de 1940, um parecer oficial da Subdivisão de Medicina Especializada, ligada à Divisão de Educação Física do Ministério da Educação e Saúde, recomendava que o governo fizesse uma campanha de propaganda “mostrando os malefícios causados pelo futebol praticado pelas mulheres”, até que a regulamentação viesse a proibi-lo de vez. Ao que tudo indica, a campanha não chegou a ser desencadeada, mas, com a criação do Conselho Nacional de Desportos (CND), no ano seguinte, as mulheres foram expressa e oficialmente impedidas de praticar “desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”. Pela obviedade da situação, não era preciso dizer que o futebol estava entre eles.

Mesmo antes disso, a questão já havia virado caso de polícia na capital federal, devido a alguns acontecimentos condenados pelos guardiões da moral e dos bons costumes. Em janeiro de 1941, o Primavera F. C. tentava viajar a Buenos Aires para realizar alguns jogos de exibição, ao mesmo tempo em que, segundo o jornal paulistano A Gazeta Esportiva, “uma gorda matrona sem consciência” transformara uma equipe de futebol feminino em um grupo de bailarinas que “surgiam nos dancings e cabarets com a mesma indumentária dos campos: calções curtos, tornozeleiras e chuteiras”. Os dois casos, ainda que bem diferentes, foram tidos como motivo de vergonha para o esporte nacional e, principalmente, para a “família brasileira”, e levaram as autoridades a fechar de modo sumário os “clubes de moças” então existentes.

De modo geral, não houve sensibilidade para compreender a entrada das mulheres em campo como uma decorrência da popularização do futebol entre nós. Todas as reações a esse movimento, como se pode perceber, foram no sentido de colocá-las “no seu devido lugar”. Para elas, futebol só da arquibancada, e ainda assim em lugares reservados, como se fossem guetos na torcida. Neste caso, sua presença nos estádios era, além de saudada, estimulada pela imprensa. A relação tolerada das mulheres com o futebol funcionava assim como metáfora de sua posição na sociedade brasileira da época, já que, nesta, seu papel não era muito diferente de ficar nos reservados da assistência, vendo os homens “construírem a nação”.

Depois do cerceamento vivido no início dos anos 1940, o futebol feminino no Brasil limitou-se a manifestações esparsas ao longo do tempo, sem chegar sequer a esboçar a constituição de um novo centro irradiador, ou mesmo minimamente estruturado. Isto não significa que a simples possibilidade de sua existência não incomodasse, uma vez que, logo no início da ditadura militar, o CND proibiu às mulheres “a prática de lutas de qualquer natureza, futebol, futebol de salão, futebol de praia, pólo aquático, pólo, rugby, halterofilismo e baseball”. A proibição só veio a ser revogada na década de 1980, e se fez acompanhar da criação de departamentos de futebol feminino em vários clubes do país, bem como do surgimento de equipes específicas, como a do Radar, do Rio de Janeiro. Mesmo assim, as dificuldades culturais e materiais persistiram, fazendo com que a prática ora se expandisse, ora entrasse em refluxo. Tanto que nem a conquista do terceiro lugar na Copa do Mundo de 1999 ou a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, bastaram para fixar uma estrutura que guardasse alguma semelhança com a do masculino.

Hoje, apesar do envolvimento cada vez maior das mulheres com o universo do futebol, a identidade masculina criada e constantemente reafirmada ao longo da história da bola no Brasil ainda faz com que boa parte das mulheres sequer se reconheça no jogo – “coisa de homem”, lembremos. Para as que desejam ir além da torcida, continuam existindo dificuldades de toda sorte para a sua afirmação dentro dos gramados, em calções e chuteiras. Seja como for, para todas elas o país do futebol assume forma bem diversa daquela consagrada no senso comum: para as primeiras, tal país é um lugar muito distante; para as demais, um lugar de exílio.


Fábio Franzini é doutorando em história social na USP e autor do livro Corações na ponta da chuteira: capítulos iniciais da história do futebol brasileiro (1919-1938) (Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2003). Versão ampliada deste texto foi publicada na Revista Brasileira de História n. 50, sob o título “Futebol é ‘coisa para macho’? Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol”, e pode ser acessado a partir do endereço eletrônico www.scielo.br/rbh.

sábado, 2 de junho de 2012

A história de hoje é sobre a vida..


Lara era professora da primeira série, cuidava e ajudava as crianças nos seus primeiros passos para a alfabetização. Além de dar amor e carinho, protegê-las nas brincadeiras do dia-a-dia escolar.
Ela namorava Santiago, um jovem bonito, professor de música, que há muito tempo sonhava com uma bolsa de estudos na Europa. Mal sabia a professorinha que ele tinha recebido a notícia de que havia conseguido a tal sonhada bolsa de estudos. Iria para Madri.
O que ele não sabia também é que ela tinha acabado de descobrir que estava grávida. Filho fruto do louco amor de poucos meses que os dois estavam vivendo.
Só que a vida nos prega peças, nos deixa em dúvida e as vezes não seguimos o nosso coração. Santiago estava disposto a ir embora sem falar com Lara, pra ele o sonho da bolsa era maior do que qualquer amor. O que ele planejava há anos não poderia ser mudado.
Mas Lara foi até ele lhe contar do bebê. No apartamento dele uma festa que ela não havia sido convidada. Mesmo assim se manteve serena, como sempre foi e pediu para conversar com ele. Num jardim de uma praça ali próxima ela lhe entregou cópias da chave de seu apartamento, chamava Santiago para morar com ela.
Neste momento ele lhe contou da bolsa, disse que ela tinha estragado tudo. Ela o questionava, será que teria coragem de deixá-la sem ao menos lhe contar para onde iria. Ele a olhava, aparentemente indiferente ao amor que eles tanto sentiam um pelo outro. Foi então que ela contou, estava grávida.
Sem reação ele ficou paralisado. Não a abraçou, nem ficou feliz com a notícia do filho. Ela decidiu ir embora já que a decisão dele era abandoná-la.
Passaram-se alguns dias, Lara pensava em tirar o bebê. Conseguiu comprar de maneira ilícita remédios para abortar. Passou dias segurando os quatro comprimidos. Chorava, pensava em Santiago e no abandono. Pensava em ser tão egoísta quanto ele, em recusar uma linda vida que só pedia para nascer.
Nesse meio tempo ela não sabia, mas ele havia se dado conta do quanto a amava, e de que planos não são tudo na vida da gente. Que o amor e o coração podem nos guiar. Correu ao encontro dela. Mas no trajeto o ônibus que estava foi assaltado. O bandido atirou no motorista que capotou o ônibus. Todos morreram.
Nesse instante um amigo em comum dos dois, que era também jornalista de uma emissora de TV, assistia ao noticiário e viu o amigo morto. Correu para casa de Lara, avisá-la da morte dele. Ela chorou, e parou de pensar em tirar o bebê.
Não sei se vocês acreditam em reencarnação, mas esta história foi contada por mim, pela visão de um trecho do filme “As mães de Chico”. Um tempo depois, através de uma carta psicografada por Chico Xavier, ela descobriu que aquele dia Santiago estava correndo para o seu encontro e que realmente a amava.
Tarde ou não as respostas vieram.
Se você, homem ou mulher, receber a graça de ser pai ou mãe, nunca pense em aborto. Ninguém tem culpa dos seus medos, dos seus defeitos, do momento da vida que está passando. Uma vida sempre é uma vida. Não seja tão egoísta.

;)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Era uma vez um pé de frutas…

No trajeto São Paulo - Presidente Venceslau há uma barraca de sucos e salgados as margens da rodovia, mais ou menos em Ourinhos. Lá conheci a simpática dona Olga, hoje com mais de 80 anos e muitas histórias pra contar.
Quem vê o sorriso no rosto da pequena senhora não imagina como foram duros e longos os anos para a formação das rugas que ela tem hoje. A história começa a ser contada para mim depois do casamento dela. Com pouco mais de vinte anos ela se casou, nos antigos moldes orientais, o chamado “miai”, casamento arranjado. Com o marido teve dois filhos, mas a vida, que parecia já traçada, mudou drasticamente. Quando tinha 30 anos, dois filhos (um com quatro anos e outro com dois anos) a vida lhe pregou uma peça. O marido faleceu e a deixou sozinha, com as crianças para cuidar.
Só que dona Olga não desistiu da vida. Sabia que ainda era nova e era possível recomeçar. Por isso, pouco tempo depois, arrumou um segundo casamento. Só que o marido, apesar de lhe interessar, vinha com uma pequena bagagem extra. Era também viúvo, mas com cinco filhos e mais cinco sobrinhos que tinha como missão cuidar.
Dona Olga, viúva, 30 anos, dois filhos agora mudava para dona Olga casada novamente e com doze crianças para cuidar.
Lá, naquele mesmo local onde ela vive hoje, a família cultivava frutas, das mais belas variedades. Foi aqui que ela teve sua primeira visão empreendedora. Pensou: “Tenho tantas frutas para a família, mas tantas sobram, porque não vender frutas?”
E foi assim que dona Olga montou uma barraquinha ao lado de sua propriedade rural, nasmargens da rodovia. Só que passado um tempo dona Olga quase perdeu a barraquinha. O DER, Departamento de Estradas de Rodagem, que controlava a rodovia, avisou a bela senhora que ali ela não poderia ficar por se tratar de um comércio irregular.
Tudo bem! Mas não pense que aqui ela desistiu. Com seu charme, alegria contagiante, conversou e se informou de que se regulariza-se a área poderia vender suas frutas e ganhar o dinheiro extra de uma forma regular. Foi lá dona Olga demarcar seu local e vender feliz e contente as suas frutas.
Passaram-se alguns anos, os filhos um pouco mais crescidos.. Dona Olga resolveu ousar: “Não vou mais vender só frutas, vou vender também sucos.” E foi lá a senhora forte e sonhadora fazer mais um dinheirinho para a educação das crianças. Só que mais uma vez veio o DER. Ela me contou que eles explicaram que a licença dela era apenas para vender frutas, que naquela área não poderia também vender sucos. Foi aí que dona Olga novamente se informou e regularizou o local para vender sucos. Puxou sua barraquinha um pouco mais pro lado, numa área maior, e levantou um puxadinho.
Seguindo vendendo suas frutas e seus sucos dona Olga teve outra idéia, vender também salgados! Mas o que escolher para vender? Rapidamente ela pensou: “Eu faço coxinhas, bolinhos de carne.. Eu gosto, minhas crianças gostam, os vizinhos e parentes também. Então porque as outras pessoas não vão gostar? Acho que todos vão gostar também!” E adivinhem? Dona Olga começou a fazer salgadinhos para vender também..
Só que sabe o que aconteceu???.....

Não não! Não foi o DER dessa vez. Agora a vigilância sanitária da cidade procurou dona Olga. Disse que ela não poderia comercializar alimentos sem estar de acordo com as normas sanitárias. Dona Olga não desiste nunca, então tratou de providenciar as torneiras, paredes de azulejos, tudo como manda a lei.

E é assim que ela vive até hoje. Já aposentou, o marido também, mas ela conta que não consegue ficar de pernas para o ar vendo televisão, gosta mesmo é de trabalhar! E sempre feliz!
E sabe por que estou contanto isso para vocês?
Não importa o tamanho do seu sonho e o que você tem. Pode começar com um pé de frutas, mas pode chegar a uma lanchonete. Pode colher limões e fazer uma limonada. Tudo é saber vencer os obstáculos que nos são colocados. Dona Olga nunca desanimou, nem com a morte do primeiro marido, nem com as doze crianças que teve que criar, educar e sustentar. E nem com os empecilhos que eram colocados no empreendimento dela. Hoje com mais de oitenta anos continua sem estudo, mas tem o que todo mundo precisa ter. Coragem de tentar, ousar, dar certo, coragem de ser feliz!

:)

domingo, 23 de outubro de 2011

Ser ou não ser capitão?

Uma vez ouvi falar de que o capitão de um time de futebol é sempre o mais experiente, de ânimos mais calmos, o “encarregado” de cobrar do juiz uma falta não marcada, um impedimento não existente... Mas com o passar dos jogos começo a ficar em dúvida.
No Corinthians a tal faixa parece estar começando a traçar uma sina não muito agradável. No jogo deste domingo Alessandro estava com ela. O jogo valia continuar ou não como líder do Brasileirão. E o universo parecia conspirar a favor do Corinthians, com as derrotas de Botafogo, Fluminense e São Paulo no sábado, parecia que São Jorge, o santo protetor alvinegro começava a ajudar. Só que domingo a história foi outra. Aos quarenta minutos do primeiro tempo Alessandro, capitão do Timão, deu um carrinho desnecessário em Andrezinho e acabou expulso. Ficou P da vida, arrancou a braçadeira de capitão e a jogou no gramado.
Agora está fora da próxima partida. Mas será que o técnico Tite vai tomar alguma decisão mais dura em relação à atitude dele em campo?

Um outro capitão corinthiano, hoje ex-capitão
Chicão ficou afastado do time titular do Corinthians, o ex-capitão não vinha ficando nem no banco de reservas, mas foi relacionado pelo técnico Tite para a partida contra o Botafogo. O afastamento de Chicão foi depois da derrota por 3 a 1 no clássico contra o Santos. Ele "pagou o pato" pelas inúmeras falhas do sistema defensivo. No jogo seguinte, contra o São Paulo, Chicão se recusou a ficar no banco alegando que não tinha preparo psicológico para isso. Tite entendeu a posição do atleta, porém não o relacionou mais, principalmente porque os titulares da posicão, Leandro Castán e Paulo André, deram conta do recado, e Wallace, suplente imediato, também não decepcionaram quando foram solicitados.

De capitão a vilão
Voltando um pouco ao passado essa teoria de que o capitão é a uma das figuras de maior respeito em campo lembro-me da época em que Kleber Gladiador, atacante amado e idolatrado pela torcida palmeirense recebeu a faixa de capitão. Na época Felipão era todo elogios ao atleta que muitas vezes era mal interpretado nas faltas que cometia, era taxado de violento e brigão. A braçadeira foi dada a ele como uma maneira dos juízes observarem com mais atenção os cartões que aplicavam ao atacante palmeirense.
Só que depois da agressão sofrida pelo volante João Vitor Kleber acabou brigando com a diretoria e com o técnico Felipão. Foi um dos mentores da ação de deixar a concentração e voltar apenas no outro dia para embarcar. A briga ultrapassou os muros palmeirenses e causou um desconforto entre Kleber e Felipão. O técnico chegou a declarar que o Gladiador não jogaria mais sob seu comendo. Polemica a parte, Kleber fica ou sai do time? Ao que tudo indica pode ir para o Grêmio de Porto Alegre.

E aí! Quer ser capitão do seu time?

sábado, 22 de outubro de 2011

Uma noite no teatro

Teatro é sempre bom, não é mesmo?

No último feriado viajei para a casa da família, Presidente Venceslau, interior de São Paulo. Entre programas gastronômicos, sempre rola um social, um cultural. Um dia depois de uma balada nervosa a opção que mais agrada é uma comédia romântica no teatro e depois um jantarzinho. E foi o que escolhi.
No dia anterior já estava em Presidente Prudente, 60km de distância da casa da mamãe, quarenta minutos pra chegar lá. A saudade do trânsito de São Paulo nunca existe nesses momentos.
E para ir ao teatro menos ainda. Compramos as entradas à tarde, escolhemos um lugar bom, de frente pro palco, um pouco atrás pra não sentir na pele as cusparadas dos atores... Rs
Enfim.. meia entrada, sem precisar apresentar a carteirinha de estudante. (Mas juro pra vocês que eu tenho, faço pós graduação, Rs) Estava na casa da Maysa, minha amigona e companheira do programinha, saímos faltando apenas quinze minutos para o início do espetáculo, se fosse aqui em São Paulo ia pensar: “Ih! Fod#*&!” Mas não! Chegamos, não enfrentamos filas e nossos lugares estavam ali, a nossa espera. Sentamos e aí veio o sinal sonoro para a peça começar. Enquanto isso a pessoa que comprou a poltrona na minha frente ia se ajeitando, e BINGO! Eu com meus 1,65m de altura virei um anão. Só enxergava o que a cabeça me permitia, a cabeça da cabeçuda. Aí começa a peça, “O grande amor da minha vida” com os atores Thiago Martins e Paloma Bernardi (http://caras.uol.com.br/noticia/thiago-martins-fala-sobre-sua-nova-peca-paloma-bernardi-o-grande-amor-da-minha-vida#image0)
Mas quando as luzes se apagam, e depois se acendem, penso: “Acharam que eu não ia ver não é? Hahahaha, os atores estão em púlpitos, um de cada lado do palco! A cabeça está no meio!!” Retardada eu pensando que a peça seria toda nas laterais do campo! “Dããã!”
Os personagens são também narradores da peça, quando narram ficam nos púlpitos e quando encenam vão pro meio! Justo o meio da cabeçuda! “Deveria existir plástica ou redução para cabeça”
Você deve estar pensando: “Nossa só por causa de uma visão interrompida?” Poxa, a menina estava em posição de impedimento! Eu precisava ver a jogada! E não bastasse essa jogadora impedida eu tinha um zagueiro do meu lado esquerdo!
Enquanto eu estava acomodada em minha poltrona a vizinha zagueira queria a minha poltrona pra ela também. Os braços não se contentavam com a região entre os apoiadores laterais e a poltrona dela, a poltrona que ela pagou. Ela queria mais, queria a minha, colocava seu cotovelo além dos braços da poltrona e os empurrava, contra meus braços, e fazia força, como quem vai fazer cocô, para ver se eu tirava o meu braço de lá! Mas onde que eu ia enfiar o meu braço? Aquele era o MEU lugar.
Nessa altura os personagens já tinham se conhecido e a platéia já começava a entrar na história, pensar nos sinais do destino, que as pessoas podem conhecer o grande amor da vida delas numa linha cruzada, numa fila de banco, e até num teatro. E eu pensava: “Posso conhecer meus grandes inimigos por aqui!!!!!!!” Aí fui “garrando um ódio sabe?” e comecei a empurrar meu braço até o limite entre minha poltrona e da zagueira, e fui ficando nervosa. Driblando a cabeçuda da frente para enxergar a peça e sofrendo faltas da zagueira o tempo todo.
Já irritada, fazendo exercícios de musculação com o braço esquerdo, pensando em trocar os óculos, percebo que minha amiga também estava irritada. Quando percebo, a moça, do lado direito dela estava comentando a peça, é.... ELA ACHOU QUE ERA CRÍTICA DE TEATRO! Só que os comentários, o conteúdo deles, se limitavam no porte físico do ator Thiago Martins, na cueca samba calção que lhe valorizava os músculos. Tá certo que ele é bem gostosinho mesmo, mas será que é difícil ficar quieto no teatro?!?!
E outra coisa: Se você é grande, alta, ou tem a cabeça grande, por favor, sente-se no fundo. E você querida zagueira! Eu sou apenas uma jornalista esportiva, não to querendo ser marcada não!
Ufa!! Desculpem o desabafo, mas acredito que todo mundo já tenha passado por pelo menos um contratempo com pessoas que não tem noção de espaço, não apenas físico.,..

Mas por fim a peça foi legal viu? Os atores são bons, a história divertida, e a gente pode rir muito, se não sentar na poltrona 178 do teatro Cesar Cava no dia 16 de outubro de 2011!