sábado, 22 de outubro de 2011

Uma noite no teatro

Teatro é sempre bom, não é mesmo?

No último feriado viajei para a casa da família, Presidente Venceslau, interior de São Paulo. Entre programas gastronômicos, sempre rola um social, um cultural. Um dia depois de uma balada nervosa a opção que mais agrada é uma comédia romântica no teatro e depois um jantarzinho. E foi o que escolhi.
No dia anterior já estava em Presidente Prudente, 60km de distância da casa da mamãe, quarenta minutos pra chegar lá. A saudade do trânsito de São Paulo nunca existe nesses momentos.
E para ir ao teatro menos ainda. Compramos as entradas à tarde, escolhemos um lugar bom, de frente pro palco, um pouco atrás pra não sentir na pele as cusparadas dos atores... Rs
Enfim.. meia entrada, sem precisar apresentar a carteirinha de estudante. (Mas juro pra vocês que eu tenho, faço pós graduação, Rs) Estava na casa da Maysa, minha amigona e companheira do programinha, saímos faltando apenas quinze minutos para o início do espetáculo, se fosse aqui em São Paulo ia pensar: “Ih! Fod#*&!” Mas não! Chegamos, não enfrentamos filas e nossos lugares estavam ali, a nossa espera. Sentamos e aí veio o sinal sonoro para a peça começar. Enquanto isso a pessoa que comprou a poltrona na minha frente ia se ajeitando, e BINGO! Eu com meus 1,65m de altura virei um anão. Só enxergava o que a cabeça me permitia, a cabeça da cabeçuda. Aí começa a peça, “O grande amor da minha vida” com os atores Thiago Martins e Paloma Bernardi (http://caras.uol.com.br/noticia/thiago-martins-fala-sobre-sua-nova-peca-paloma-bernardi-o-grande-amor-da-minha-vida#image0)
Mas quando as luzes se apagam, e depois se acendem, penso: “Acharam que eu não ia ver não é? Hahahaha, os atores estão em púlpitos, um de cada lado do palco! A cabeça está no meio!!” Retardada eu pensando que a peça seria toda nas laterais do campo! “Dããã!”
Os personagens são também narradores da peça, quando narram ficam nos púlpitos e quando encenam vão pro meio! Justo o meio da cabeçuda! “Deveria existir plástica ou redução para cabeça”
Você deve estar pensando: “Nossa só por causa de uma visão interrompida?” Poxa, a menina estava em posição de impedimento! Eu precisava ver a jogada! E não bastasse essa jogadora impedida eu tinha um zagueiro do meu lado esquerdo!
Enquanto eu estava acomodada em minha poltrona a vizinha zagueira queria a minha poltrona pra ela também. Os braços não se contentavam com a região entre os apoiadores laterais e a poltrona dela, a poltrona que ela pagou. Ela queria mais, queria a minha, colocava seu cotovelo além dos braços da poltrona e os empurrava, contra meus braços, e fazia força, como quem vai fazer cocô, para ver se eu tirava o meu braço de lá! Mas onde que eu ia enfiar o meu braço? Aquele era o MEU lugar.
Nessa altura os personagens já tinham se conhecido e a platéia já começava a entrar na história, pensar nos sinais do destino, que as pessoas podem conhecer o grande amor da vida delas numa linha cruzada, numa fila de banco, e até num teatro. E eu pensava: “Posso conhecer meus grandes inimigos por aqui!!!!!!!” Aí fui “garrando um ódio sabe?” e comecei a empurrar meu braço até o limite entre minha poltrona e da zagueira, e fui ficando nervosa. Driblando a cabeçuda da frente para enxergar a peça e sofrendo faltas da zagueira o tempo todo.
Já irritada, fazendo exercícios de musculação com o braço esquerdo, pensando em trocar os óculos, percebo que minha amiga também estava irritada. Quando percebo, a moça, do lado direito dela estava comentando a peça, é.... ELA ACHOU QUE ERA CRÍTICA DE TEATRO! Só que os comentários, o conteúdo deles, se limitavam no porte físico do ator Thiago Martins, na cueca samba calção que lhe valorizava os músculos. Tá certo que ele é bem gostosinho mesmo, mas será que é difícil ficar quieto no teatro?!?!
E outra coisa: Se você é grande, alta, ou tem a cabeça grande, por favor, sente-se no fundo. E você querida zagueira! Eu sou apenas uma jornalista esportiva, não to querendo ser marcada não!
Ufa!! Desculpem o desabafo, mas acredito que todo mundo já tenha passado por pelo menos um contratempo com pessoas que não tem noção de espaço, não apenas físico.,..

Mas por fim a peça foi legal viu? Os atores são bons, a história divertida, e a gente pode rir muito, se não sentar na poltrona 178 do teatro Cesar Cava no dia 16 de outubro de 2011!

2 comentários:

  1. Texto muito bom Cris. Eu com meus 1,53m sofro sempre que vou ao cinema, show ou teatro. E realmente é sempre como vc descreveu! Ótima a referência aí futebol. Amei! Vou seguir o blog. Depois segue o meu tb! Parabéns!

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  2. Obrigada!!!
    É complicado mas os pequenos problemas que a gente enfrenta diariamente são sempre muito parecidos com os das outras pessoas!
    Já estou seguindo o seu Blog tbm! Beijo e Volte sempre! :)

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